quarta-feira, 31 de maio de 2017

Borboletas no pulso


Daquelas coisas que acontecem porque houve um desenrolar de acções, o chamado efeito borboleta.

Primeiro momento desta história: em Outubro de 2016, mais ou menos, inscrevi-me para ser "cobaia" de um estudo da Faculdade de Motricidade Humana sobre a importância das tecnologias ajudarem a manter grandes volumes de peso perdido.

Segundo momento desta história: fui chamada a fazer parte do estudo, e como tal deram-me um relógio que tem de andar sempre no meu pulso e, entre outras coisas como dar horas, contabiliza o exercício físico que esta que vos escreve vai fazendo todos os dias.

Terceiro momento desta história: talvez por excesso de uso ou só por a tecnologia não morrer de amores por mim, a bracelete do relógio partiu-se... a caminho da aula de Zumba de segunda-feira.

Quarto momento: E AGORA??

Quinto momento: "OK, se eu de alguma maneira conseguir usar o elástico do cabelo para prender a bracelete, fica o caso resolvido."

E assim chegamos ao momento final deste efeito borboleta.

Não tivessem todos estes momentos acontecido, eu nunca teria precisado do elástico do cabelo para prender a bracelete do relógio, nem nunca teria feito a aula de Zumba de cabelo... solto. E digo-vos que foi uma espécie de revelação. Soltar o cabelo foi quase o equivalente a soltar a franga (ou a soltar a borboleta, que sempre é mais elegante). 

Claro que não fiquei melhor zumbadeira por o ter feito, nada disso. Mas o facto de ter soltado o cabelo deu-me uma segurança como nunca tinha sentido nas aulas, e não falo só de Zumba. 

Para já, parecia que havia um elemento do meu corpo, o cabelo, que tinha estado amarrado nas outras aulas e que estava finalmente livre. Depois, o ter o cabelo solto, o meu eterno escudo, parecia esconder a minha expressão do mundo. Apesar de ser dos sítios onde sou mais feliz, tenho sempre uma expressão muito neutra nas aulas de Zumba, mas de cabelo solto... ui!, de cabelo solto fui eu, a Catarina do cabelo desgrenhado! E que sensação! Dei por mim a olhar para mim ao espelho e a sorrir! 

Quem diria que uma simples inscrição num estudo poderia resultar numa revelação tão grande...

E para provar que não vos minto, aqui fica a obra de engenharia que assim continuará até chegar a bracelete nova... Claro, não consigo ver as horas, nem as calorias perdidas, nem coisa alguma, mas tranquilo, ao menos o elástico é assim de tons dourados...


Adenda a esta publicação, ontem à noite fui fazer outra aula de Zumba, com um elástico extra, e não resisti em prender o cabelo... Confere, aquela sensação de liberdade e desenvoltura só acontece MESMO de cabelo solto...


Catarina

terça-feira, 30 de maio de 2017

Vamos ao Parque?


A primeira vez que fui ao teatro na vida, foi para ver uma revista no palco do Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa. Devia ter uns sete anos.
O espectáculo tinha um nome que, lembro-me de o ter achado na altura, era muito, vá, ordinário, mas que eu adorei, ainda para mais porque podia repetir a expressão as vezes que quisesse pois, afinal, era o nome da peça: "Quem tem ECU tem medo". 
Além da marotice do título, lembro-me de ter ficado encantada com tudo: irmos bem arranjados "para ir ao teatro"; o entrar na sala com o bilhete na mão; terem-me dado uma folha de sala (que li e reli vezes e vezes sem conta); o levarem-me ao meu lugar (e fiquei logo no camarote!); as luzes; as cores; os cheiros; os actores; as roupas; as músicas; os aplausos; as reacções... Metade das piadas, por serem políticas, não as apanhei, mas saí do Maria Vitória com a certeza que o teatro teria que, de alguma maneira, fazer parte da minha essência. E faz

O ArTeC, além de me dar a possibilidade de fazer um bocadinho de teatro (como eu gosto, na sombra, porque, como diz o nome da peça, eu tenho ECU, logo, tenho medo de estar à frente das luzes), dá-me a possibilidade de conhecer gente muito talentosa.
O Pedro é uma dessas pessoas que o ArTeC me trouxe, e que o Maria Vitória levou, e ainda bem. 
Por falta de tempo, ainda não tinha ido ver a revista que está (há mais de 10 meses) em cena e que conta com o meu querido Pedro (e se tiverem dúvidas de quem ele é, é só o mai-lindo de todos do cartaz!! Meu rico menino!), mas no sábado lá fui eu.



"Parque à Vista" tem um elenco de luxo (claro, tem o Pedro!) que fez as duas horas de espectáculo parecer uma lufada de ar fresco. No fim, doía-me a barriga de tanto rir (resultou como uma espécie de abdominais!), vim de orgulho cheio do meu menino em particular e do teatro português no geral. Estive rodeada de um público que veio de longe (acho que de Nisa) e que me fez sentir pior por não ter um tempinho para ir até logo ali, ao centro de Lisboa, para me divertir um bocadinho.

Ainda bem que fui. E, se não tiverem nada que fazer por estes dias, vão também! Afinal, há "Parque à Vista" até 4 de Junho!



Catarina


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Catarina's Back, alright!


Chinapá! Há quanto tempo não vinha ao meu blogue! Sou horrível mesmo. Chego a ser desagradável, mas tive tanta, mas tanta coisa para fazer que acreditem que não tive tempo para actualizar a escrita por aqui (e tenho muita coisa para contar, mas acho que não me vou esquecer de nada pois fui apontando os meus futuros disparates em forma de artigos num papel)... e anda por cima fiquei doente, uma constipação chata, chata e que teima em não passar, a bandida.

A minha falta de tempo foi tal estas duas últimas semanas, que dei por mim a cortar as unhas dos pés ENQUANTO sentada na poltrona da casa de banho a fazer um número 2... E com esta bela imagem espero estar mais que perdoada por, não só não ter actualizado O Biquíni como por não ter andado a visitar os vossos blogues (fui partilhando fotografias no Instagram Dourado, shame on you a quem ainda não me segue por lá).

Mas agora, citando a minha banda favorita dos anos 90, Catarina's Back, alright!

E já que nem um "Abana o Esqueleto" cá deixei no sábado, aproveito para partilhar um vídeo que vi até à exaustão, e que dancei até à exaustão e que ainda hoje, aparentemente sei de cor, de quem? Dos BackStreet Boys, pois com certeza!


Catarina

sábado, 20 de maio de 2017

Abanar o esqueleto #27

E de onde vem a música de hoje, de onde? Claro! Das aulas de ZUMBA do Daniel!

É com ela que fazemos os alongamentos finais por isso é ela que vem na minha mente no final da aula... e que agora vos deixo aqui:



Bom fim-de-semana!

Catarina

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O meu "ai Jesus!" alimentar



São, sem dúvida, dos meus maiores pecados.
Gosto TANTO destas bolachas de manteiga do Continente que não posso sequer pensar em comprar um pacote porque rapidamente ele o deixa de ser (porque as devoro em menos de nada).
São mesmo o meu calcanhar de Aquiles, raça das bolachas!


E vocês? Têm algum "ai Jesus!" alimentar na vossa vida?


Catarina


quarta-feira, 17 de maio de 2017

É f*da, mesmo!


Quando chamou por ele, Teresa Cristina (que fez a primeira parte do concerto) deixo o aviso. "É assim que ele é conhecido lá no Brasil: Caetano é f*da!" E é mesmo!

Fui confirmar a idade dele ao Google numa espécie de beliscão internético, pois eu já sabia a resposta. Setenta e quatro anos... uma vida inteira naquela voz encantadora, envolvente, enternecedora, embaladora... que privilégio ter estado ontem na segunda fila do Casino Estoril!

Ia com as expectativas elevadas, mas acho que isso é problema meu que estou sempre em modo "vou pisar a Lua", e, no entanto, elas foram mais do que preenchidas. Caetano sozinho em palco, com o seu violão, parecia uma multidão, de tanta presença que tem. E depois com Teresa Cristina e Carlinhos 7 Cordas, transformou-se num ser generoso, em que só os grandes se conseguem transformar ao partilhar o palco e passar para segundo plano, apesar de o nome maior no cartaz ser o dele. 



Foram tantas as músicas, e até em inglês e em espanhol! 
Para quem não foi ontem, diz que hoje ainda há bilhetes e, podendo, acho mesmo que deviam investir para uma "Mens Sana in Corpore Sano"... com o Caetano!

Catarina

terça-feira, 16 de maio de 2017

No princípio era o Verbo... ou melhor, a pessoa verbal


"E agora vais começar a subir a montanha." 

"Vamos fazer a saudação ao Sol."

"Quando achares que já não vais conseguir mais, vais ter de dar mais um bocadinho."

"Vamos esticar a perna direita até sentir pressão."

Acaba por ser engraçado como as diferentes pessoas verbais utilizadas pelas pessoas que nos dão aula de grupo definem tão bem a nossa atitude perante o exercício.

Estas frases, aqui rudemente transcritas por mim, são de pessoas diferentes. 

Numa aula em que puxam pelo "eu", a ideia que passa é que, apesar de a sala estar cheia de gente, é comigo, Catarina, que o professor está a falar. Sou eu que tenho de ganhar, numa luta entre mim e a bicicleta, entre mim e o meu corpo, entre mim e a minha mente, mas acima de tudo entre mim e a sala cheia de outros "egos".
Acabo sempre uma aula de Cycle com vontade de ir ver quantos quilómetros cada um dos outros egos ali presentes conseguiu fazer, só para saber se ganhei a prova do Tour do dia.
Na parte que me toca, ontem estreei-me nas aulas das 07h20 (sim, da manhã, caso contrário teria escrito 19h20!) e superei, pela primeira vez, a marca dos 30 quilómetros pedalados (foram 32,900). 

Numa aula em que nos colocam juntos na pessoa verbal, como numa aula de Zumba ou de Yoga, é mais fácil esquecermos a "competição". Mesmo se numa aula de Yoga, como nas que tenho feito com a Inês do YogaProjection, o "nós" se refira a mim Catarina e aos meus chacras e não necessariamente a mim Catarina e aos meus parceiros de saudação solar, a realidade é que a atitude muda. Há uma tranquilidade em achar que estamos todos no mesmo barco (ou no mesmo tapete) e que, por isso, nos podemos exercitar serenamente, sem pressões de chegar lá primeiro porque, no fundo, vamos todos juntos. 

Mas quer seja em "nós" ou em "tu", no princípio há o verbo, e só um verbo: IR! É mesmo o mais importante de tudo. Quer seja a lutar contra o nosso corpo ou contra o de outros, quer seja a tentar superar a nossa elasticidade ou a chegar a um nível de serenidade com o mundo que nos rodeia, o importante mesmo é ir. 
Não vos consigo expressar o quanto me custou acordar às 06h para chegar ao ginásio a horas de apanhar a senha para Cycle ontem de manhã. Mas pensei para comigo: "Se conseguires ir, vais sentir um orgulho imenso em ti... e vais adorar! Vamos, Catarina!"

E fui. Eu, o meu ego, os meus chacras e a minha convicção que, se olhar ao espelho, só vou ver uma: a minha verdadeira competição. 



Catarina


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Tetra-e-seis

Tenho um cachecol pendurado na porta da sala desde o início da temporada 2016/2017, quando fui ver um jogo à Luz e ganhámos por 3-0. Não há semana que a minha mãe venha cá a casa e não diga "Ai, nunca mais tiras isso daí" (ela é lagarta, sabe lá!)
Depois, tenho a minha outra teoria, a de que não posso usar roupa/acessórios de "Star Wars" em dia de jogo do Glorioso. Sinto que estas minhas duas paixões não se podem anular uma à outra, como que se do facto de usar uma T-shirt com um Darth Vader impedisse a bola de entrar na baliza adversária à do Benfica. Que tolice, dirão vocês; mas impede, direi eu! Eu sei que, se o Benfica perder, a culpa é de eu ter usado aquele par de meias com o R2D2 porque me esqueci que havia jogo nesse dia. Na verdade, todos nós, que vibramos com o futebol, temos a nossa superstição e sabemos bem que o nosso clube ou a nossa selecção só perdem porque não cumprimos o mantra por completo.

No sábado, por muito que quisesse vestir a T-shirt de "Star Wars" que comprei há uns quatro meses e que finalmente me serve, a lembrança do jogo ("o" jogo!) fez-me voltar a arrumá-la no armário, para estrear em dia livre de Glorioso, não fosse a coisa correr mal. 

E não correu... E é com muito orgulho que escrevo uma palavra nova no meu dicionário de benfiquista: TETRACAMPEÃ!

Que venha o 37!


Até a águia já tem dourado!

 Catarina

sábado, 13 de maio de 2017

Abanar o esqueleto #26

Como devem calcular, esta semana a música é só uma, ou não a tivesse começado ao seu som.

Há muitas versões, claro, mas esta ao vivo e deste álbum que me acompanha há tantos anos é mesmo "a" versão. 

Senhoras e senhores, Jorge Palma "No Tempo dos Assassinos" a cantar "Acorda Menina Linda".





Bom fim-de-semana!

Catarina

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Este artigo tem naves a voarem no Espaço, campoinices e vida de ginásio. Não acreditam?


Naves, sabres de luz, Estrela da Morte, Wookies e tantas outras excentricidades modernas que fazem parte desta fantasia espacial que é o "Star Wars". E depois o ginásio e toda a sua envolvência de máquinas e afins. E ainda por cima eu até treino com um todo-futurista fato de electroestimulação muscular e em cima de uma prancha dentro de água. Até parece que eu não penso em mais nada que não nestas "modernices". 
Longe da verdade. Descobri há pouco tempo o fascínio de plantar uma flor e de a ver crescer, desenvolver e, se já me conhecem, saberão que quando me dedico a algo, é a 100%. 
Assim, nesta minha faceta de "vida no campo", comecei a comprar revistas da especialidade até mais não, e encontrei já há uns tempos uma planta chamada "impatiens".
Foi risada instantânea na família por, desde sempre, me dizerem para ter calma. Parecia que tinha finalmente encontrado a flor ideal para mim, também ela impaciente.
Este fim-de-semana, numa das minhas muitas idas a mercados de flores, lá estava ela, em toda a sua gloriosa cor-de-rosice, por troca de €2: uma "impatiens".


Claro que a comprei, já a plantei e, quanto mais penso nela, mais acho como, no fundo, estou a conseguir dominar as minhas inpaciências.

Vejamos: resolvi-me a perder peso sozinha. Ao contrário do que o meu endocrinologista tanto apelou, há um ano e cinco meses, não quis colocar a banda gástrica. Achei que esse seria um caminho complicado, sim, mas, em última análise, era o mais fácil a seguir. Punha a banda gástrica, sofria ali umas semanas, mas depois o meu eterno problema (fechar a boca) ficava forçosamente resolvido.

Tenho a certeza que, se tivesse optado pela operação, em vez dos 27 quilos que perdi até agora, teriam ido já uns trinta e muitos ou, quiçá?, quarenta. Sem impaciências. O Biquíni Dourado estaria já mais perto, já ali, mas se calhar nem eu estaria a ficar com um corpo tão bonito (fogo! Que boazona que estou a ficar, gente!) nem teria embarcado nesta grande aventura que tem sido a vida de ginásio.

Em última análise, nunca teria conhecido as pessoas que conheci e nunca teria começado a treinar na RAPID FIT&WELL de Campo de Ourique nem com a Fitness On Water e, isso, era uma grande pena. 
Sou tão mais feliz desde que treino na RAPID (que tem um título também um pouco "impatiens", logo, muito eu) e em cima da waterbase. Fogo! Ou melhor: Electricidade! Água! Claro, quando fazemos exercício físico o organismo fica todo ele mais receptivo à boa disposição, não é novidade, mas garanto-vos que aquela gente tem uma certa magia.

A Flávia (linda que dói, a parva!) que desde o primeiro dia me recebeu de samba no sorriso e calor no tratamento; o Francisco, um tipo boa onda (e também giro à brava, desconfio que o ginásio também torna as pessoas mais bonitas) e um verdadeiro homem dos sete ofícios; a Vanessa (gata!), que me recebe sempre de olá cheio e braços abertos; o Rui (gato!), o novo PT que, além de ser um campeão (é mesmo de verdade) tem os olhos mais "ai Jesus" de Lisboa e arredores e que é um doce de pessoa e sempre que me vê diz um "Olha, está cá a Catarina!" cheio de carinho; o Carlos (gato!), que tem uma energia contagiante, se eu sou "impatiens" ainda nem existirá um termo para ele; e o Hugo... claro, o "meu" Hugo (gato-mor!). Sem ele desconfio que o Biquíni Dourado estava mais longe. Andamos sempre às turras, é verdade (e ele ignora as minhas declarações de amor aqui no blogue e eu tenho que aproveitar agora para me fazer de ofendida!), mas não deixa de ser ele um dos grandes responsáveis por este corpinho de 1,83 estar a ficar em forma. Isto na Rapid.


Falta o Rui, ora bolas, mas é tanta gataria nesta foto que se calhar com ele nem a máquina aguentava!

No Fitness On Water a pessoa é a (gata!) Filipa, a calorosa Filipa, a querida Filipa, a encantadora Filipa, a mulher de garras Filipa, a mulher que não mete água Filipa. A "minha" Filipa. E acho que com estas linhinhas se aperceberam o quanto gosto dela e, acima de tudo, de treinar com ela.




Se o objectivo número 1 é chegar ao Biquíni Dourado, o objectivo número 1.1 é ser a Capela Sistina desta gente toda. Eles são uma espécie de banda gástrica mental que me coloco quando me apetece atacar aquele doce ou aquele salgadinho (a minha perdição, confesso). São os meus Michelangelos. De verdade. Quero deixar aquela gente toda orgulhosa, como eles me deixam a mim cheia de boas vibrações. É por mim que me esforço todos os dias, mas é muito por eles que quero lá chegar mais depressa (e não, não tem nada que ver com ser "impatiens"! Deixem-me ser, sim?)

E parabéns! Se leram este artigo até ao fim sem saltar uma palavra que fosse, ganham o título de "patiens-patiens", uma espécie de paciente ao quadrado que isto foi uma leitura bem longa! Acho que nem eu tive paciência para ler isto tudo, e fui eu que escrevi! Parabéns!

Catarina


quarta-feira, 10 de maio de 2017

Princesas na volta do correio

Não me apetecia mesmo nada fazer mais um post lamechas, no entanto, já adivinham o que vem lá, certo? Um post lamechas... Vá, vou tentar que seja só semi-lamechas!

Se tenho andado a moer com esta notícia, não deixa de ser curioso que nos últimos tempos tenha sido tão acarinhada, mesmo por pessoas que nem sonhavam o que se estava a passar (deve ser uma questão de energias. Ou então sou só eu que como estou mais fácil de me agarrar a um lenço em modo Madalena Arrependida, parece que tudo se me toca mais.)

A semana passada ela já me tinha enviado um miminho, uma Leia toda ela muito black & white, toda ela maravilhosa!


Claro que já na altura tinha ficado mais que sensibilizada com o gesto e até disse meio a brincar, meio esperançada, "giro era uma Leia de Biquíni Dourado e de óculos".

Bom, sem saber, a Daniela começou a trabalhar num desenho que haveria de me vir parar às mãos num dia mais-que-importante, e que, enquanto me deliciava com cada pormenor desta Leia cheia de estilo, até me esqueci por momentos de tudo o que se passou extra-desenho (e já tem local de destaque na minha sala). 


Obrigada, Daniela! Sabes que quando me quiseres enviar mais Leias eu não vou recusar, mas estas duas chegaram em momentos certos. Muito obrigada!


(E quem sabe um dia não lanço aqui um passatempo para desenharem Leias como não houvesse amanhã? Sim, desenharem que eu só sei fazer homens-formiga!)

Catarina


terça-feira, 9 de maio de 2017

Era mais fácil não gostar de comer, pois era...


Aconteceu ontem, já tinha acontecido antes e claro que vai voltar a acontecer. Agora que está aí no mundo a informação que eu, Catarina, estou na luta pelo Biquíni Dourado, parece que comer (entenda-se badochices) em local público se tornou numa acção proibida. Vá, não escreverei proibida, mas pelo menos numa acção que é acompanhada por um apontar de dedo ou por um olhar reprovador.

Estava eu numa festa a altas horas da noite, para a qual me preparei tomando um SOS Emagril antes de lá chegar - que faz uma espécie de gelatina no estômago que ajuda a diminuir o apetite e a acumulação de gordura -, e até me limitei a apenas almoçar durante o dia inteiro; quando, numa espécie de voz da consciência vinda de trás de mim, e logo na minha primeira dentada a um pastel de nata, em toda a sua gloriosa portugalidade estaladiça e cremosa, ouço: "Ai que assim não chegas ao Biquíni Dourado!"

Pronto, obrigada pela informação. Mas eu acho que vou chegar.

Quando me resolvi a fazer esta mudança de vida, uma coisa que tive sempre como certa era que não me ia privar de comer. Ou seja, pelo menos uma vez por semana eu ia curtir do tal "dia da asneira" a que tinha direito.

Rapidamente essas 24 horas de disparates passaram a ser só uma refeição da asneira, até que chegou a uma gulodice esporádica. Quer queiramos quer não, o nosso corpo começa a habitua-se a ser bem comportado. A não comer nem muitas gorduras nem muitos açúcares, e quando passamos um bocadinho das marcas, ele queixa-se (cheguei a passar uma noite inteira a caminho da casa de banho com questões gregorianas (vomitado) e traseiras (diarreia) por ter comido um Big Mac cheio de gorduras).

Mas a questão é sempre só uma: eu adoro comer. Se adoro comer! E não me vou privar de um pastelinho de nata aqui e ali, mesmo que isso signifique ter de treinar mais ou até engordar um quilo para perder dois (hey! Eu até sou caranguejo, um passo atrás e dois à frente, certo?) Deixem lá isso de fazerem de minha consciência ou olharem para mim com olhar reprovador! 

E não é que até fui ao sushi no domingo, e que esta foto só vos engana não no sentido de estar comida a mais, mas sim no sentido de estar comida a menos pois que ainda comi mais um pratinho cheio de comida crua? 

Mas tomei o SOS Emagril antes, não se zanguem muito comigo, não?

Mergulhava de novo nestes pratos, percebem?

Catarina





segunda-feira, 8 de maio de 2017

Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida


E se a música do Sérgio Godinho (de quem eu gosto tanto, cá beijinho a mim) dá um título do caraças a este artigo, apesar de ter consciência que ainda vou ter muitos primeiros dias para o resto da minha vida, a única que me ecoava na mente e no coração enquanto escrevia estas palavras era outra, de outro amor meu musical, Jorge Palma: Acorda, menina linda, vem oferecer o teu sorriso ao dia que acabou de nascer... 

Fui despedida. 

Na realidade, (quase) todos os que fazemos (fazíamos) parte da minha equipa fomos mandados embora, facto que já sei há mais de um mês (e que tem ajudado muito pouco nesta luta de mudança de vida), mas que só agora foi oficializado, o que quer dizer que, apesar de ainda não estar desempregada, já se começa a desenhar esse meu futuro.

Não me vou armar em forte, porque hoje me sinto na merda. Porque hoje é o primeiro dia do resto da minha vida no sentido de o que foi não volta a ser, mesmo que muito se queira (pimbas! Ainda vos espetei aqui com uma música dos tios Xutos & Pontapés!). 
Não me vou armar em forte, mas se toda esta montanha-russa de emoções tivesse acontecido há 27 quilos, eu acho que estaria ainda pior.
Não me vou armar em forte, pois não estou nada famosa...

Sinto-me frágil (JPalma de novo...), triste, muito sensível (parece que estou há mais de um mês com TPM). Sinto-me ansiosa, receosa, angustiada, zangada, mas também entusiasmada, empolgada, expectante com o que pode estar à minha espera.

Foram oito anos da minha vida. Cruzei-me com centenas de pessoas. Foram oito anos da minha vida que a partir de hoje vão deixar de ser contabilizados. Começou tudo com uma assinatura; acaba tudo com uma assinatura.

Eu sei que vai ficar tudo bem (mais uma dos Xutos), seja o bem que for, seja o tudo que for. Mesmo se deste "final de temporada" resultar que a minha vida dê uma volta de 180º, uma coisa estou certa: não vou deixar que esta pedra no sapato dê cabo do meu esforço em chegar ao Biquíni Dourado. (E o Palma ainda canta: Acorda, menina linda; anda brincar; que o sol está lá fora à espera de te ouvir cantar).
Esforcei-me tanto e não me quero deixar ir abaixo com isto, e só espero ter força de vontade para ficar ainda mais em forma para ir a entrevistas de trabalho e deixar a minha marca de pessoa de bem com a vida (há 27 quilos não o era).

Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida, e eu tinha tudo para me deixar ficar quieta e indignada, mas não o vou fazer... É que o Jorge Palma deu-me o recado: Anda ver o gato vadio, à caça do pássaro cantor, vem respirar o perfume, das amendoeiras em flor, salta da cama, anda viver, meu amor...
E é isso. Não mata, mas mói. Fecha-se uma porta, mas abre-se um portão (que eu tenho vertigens para subir por janelas). Acorda, menina linda, vem oferecer, o teu sorriso ao dia que acabou de nascer... E é o que eu vou fazer! Zumbamos?



Catarina

sábado, 6 de maio de 2017

Abanar o esqueleto #25

Ter ido ver estes senhores ao vivo no fim-de-semana da Páscoa resultou que tenha não só ficado supé-fã (já mandei vir uma T-shirt deles da Net e tudo!) como, acho que o termo certo é, ficado OBCECADA.

Pensei que com esta idade já avançada com que me apresento ao mundo já não tivesse histerismo em mim para me deixar encantar assim tanto por uma banda... ainda por cima de metal, ainda por cima sem lhes ver a cara, ainda por cima de adoração a cenas estranhas tipo zombies e diabos... Mas afinal, acontece que não tenho conseguido parar de ouvir estes senhores. Estão sempre, sempre, sempre a tocar no meu Spotify. Quer os álbuns, quer as versões ao vivo, acústicas ou não.

Acho que, além de as músicas serem de outro mundo (talvez do Inferno?) gosto do humor negro deles. Tenho a certeza que nos daríamos bem pois eles são muito divertidos (já passei horas a ver entrevistas deles no YouTube) e eu tenho a mania que também o sou! E são músicos BRUTAIS.

Deixo-vos uma versão acústica, com direito a kazoo e tudo (são mesmo divertidos!) para não se assustarem muito, mas espero que vos desperte a curiosidade de ouvirem mais músicas desta banda que, acreditem, é das minhas favoritas de todó-sempre!

E atenção aos olhos do vocalista, o Papa Emeritus III! Se calhar é aquele olhar que me mata! ;)


 

Bom fim-de-semana!

Catarina

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Desafio Fit 1632 horas - Os resultados


O Desafio mais Fit da blogosfera chegou ao fim e, se estou triste por ter acabado, também é com algum orgulho que vos informo que fui eu a vencedora desta iniciativa! Ena, eu!

Mais do que chegar ao primeiro lugar, foi um verdadeiro gosto treinar com estas meninas durante três meses. Partilhámos imensas aventuras: foi a elas que contei em primeira mão que tinha corrido a Meia Maratona sem desistir. Partilhei com elas fotografias que não mostrei em mais lado nenhum de tão suadas que estavam. Partilhei treinos menos bem conseguidos, vontades a menos e a mais de me ir mexer, partilhei conquistas e até algumas lágrimas. 
Fiquei a conhecer imensas coisas giras e que quero experimentar também, mas, acima de tudo, é um alívio ver que não sou a única tarada do ginásio e/ou do exercício físico! Ufa! 

Confesso que, mesmo tendo ficado tão mais à frente, podia ter ficado mais um bocadinho pois houve dias em que fiz mais do que partilhava no nosso blogue privado, mas achei que ainda iam duvidar da minha sanidade mental e optei por não revelar essas informações!

Claro que estou já ansiosa que a querida L. se lembre de fazer mais um desafio destes. Afinal, o Verão está quase aí e, tirando as duas desistências, a coisa correu bem e só temos que encher o peito de orgulho e dizer "Objectivo de ano novo cumprido: não desistimos!"

Aqui está uma montagem com todas as vencedoras, que somos todas, mesmo.


E que caras mais lindas, hein?? Caras de campeãs! 
Parabéns a todas!

Por curiosidade, aqui ficam os resultados:

biquínidourado #catarina (78)
Sofia (57)
Vera (51)
Ldashoras (50)
Andreia (43)
imtalkingwithmyself (37)
Agridoce (26)

Catarina


quinta-feira, 4 de maio de 2017

May the Fourth Be With Us!


Tinha todo um texto preparado, a explicar porque é que hoje é Dia Star Wars. (Reza a lenda que foi a 4 de Maio de 1979, quando Margaret Tatcher foi eleita primeira-ministra por terras de sua majestade, que o seu partido colocou um anúncio no "The London Evening News" que dizia "May the Fourth (4 de Maio) Be With You, Maggie. Congratulations." Uma frase claramente inspirada no, agora, mítico "May the Force be With You.")

Mas depois, chegou-me o João, e disse "Tenho uma coisa para ti." E essa "coisa" é só o novo banner cá deste estaminé, que, sejamos honestos, já merecia mais do que umas simples letras a dizer "O Biquíni Dourado"!

Ando sempre com um relógio a medir os batimentos cardíacos, e logo à noite, quando for fazer o balanço do dia, tenho a certeza que tive um pico de taquicardias inesperado por volta das 17h30, quando vi o banner pela primeira vez... é tão, mas tão, mas tão o que eu queria! 

É doce e destemida. É sexy sem ser em demasia. E as letras são como eu, sem saber, as tinha em mente! Parece que acertou em cheio, ele! E depois, claro!, o Biquíni Dourado... agora e para sempre a receber-me quando abrir o blogue todos os dias, como que a dizer "Estou aqui à tua espera!" Estou eufórica com isto, confesso!

E, claro, ter-me chegado hoje, 4 de Maio, dia de Star Wars! Assim, e para dar ainda mais destaque ao banner, resolvi mudar o fundo também (que confesso sempre me ter causado alguma urticária por me fazer lembrar o dourado do Natal) e trazer tons mais StarWarsianos, no fundo, mais Catarinescos, dado que ando quase sempre de preto. 

Espero que gostem, pois eu já dou por mim a fazer visitas inesperadas ao meu cantinho só para olhar para ele de tão lindo que acho que ficou!

Obrigada, João! Chegou no dia certo. À hora certa. E é o banner certo! Obrigada de coração!

Catarina


E a celulite?


Pois! O eterno problema feminino e que, mesmo para quem não tem excesso de peso, acontece!
Claro que eu, há 26 quilos, tinha muito mais celulite... Tinha tanta que já nem era pele casca de laranja, era mais assim uma espécie de pele de elefante... E sim, sei que é uma imagem horrível de se dar e até de se ter de si mesma, mas era isso mesmo que eu via ao espelho: pele de elefante.

Com o começar a perder peso e o beber muita água, começou a celulite a ir embora... mas mesmo assim há sempre resistência da parte das coisas más em partirem de vez, certo?

Por isso, hora de tentar ver-me livre deste mal menor, verdade, mas que não vai ficar nada bem com O Biquíni Dourado, convenhamos!

A Yellow Natura tem umas ampolas cheias de coisas boas para eliminar coisas más (confirmem AQUI) e eu até vos mostrava o resultado, MAS acho que ainda não somos assim tão íntimos, e até tenho que guardar alguma surpresa para O Biquíni Dourado, claro!

Claro que a celulite não foi toda embora, até porque ainda só tomo as ampolas há um mês, mas que sinto a pele mais lisinha, isso sinto! Imaginem daqui por uns tempos!

Catarina


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Yoga também é uma espécie de Yoda, certo?

Através da minha escrita, acho que conseguem perceber que sou um pouco ansiosa... muitas reticências (como as que usei antes de escrever "muitas reticências"), muitos solilóquios entre parêntesis (como os que usei depois de escrever "muitas reticências" e que voltei a usar agora), muitas enumerações (confere!), muitas interjeições, enfim!, muita pressa de deitar cá para fora o que parece estar preso na ponta dos dedos e ansioso de ser digitado num teclado.

Mas a palavra-chave é mesmo "ansiedade". Estou constantemente ansiosa que o amanhã chegue. Vivo em ânsias que chegue daqui a um bocadinho, mesmo que esse daqui a um bocadinho nada traga de novo; odeio esperar e sinto que às vezes quando me sento verdadeiramente quieta durante cinco minutos, todo o meu corpo pulsa numa espécie de "Ena! Isto é novo! Deixa-me cá aproveitar antes que ela se levante..."

Por isso, uma aula de Yoga sempre me pareceu uma opção pouco "catarinesca". Se no ginásio experimentei BodyBalance, que é uma mistura de yoga, tai chi e pilates, e até acho que não me saía mal, o yoga em si, sozinho em toda a sua dificuldade e "inner self", nunca tinha experimentado. Mas fui desafiada. E raramente digo que não a um desafio (corri ou não corri a Meia-Maratona?!) 


Sexta-feira de manhã, o meu dia de folga e logo a finalizar uma semana complicada a todos os níveis, lá foi ela (eu). A medo. Com todas as emoções à flor da pele: as de rever um amigo (que me desafiou), as de estar frio e não levar roupa apropriada para o suportar, as de ainda estar a pensar no que aconteceu no trabalho durante a semana, as de... as de... as de... Enfim, a cabeça ia cheia, como costuma ir para todo o lado. 

O texto já vai longo, eu sei, mas é mesmo para mostrar como funciona a minha cabeça... sempre a mil... até que... pára tudo. Há uma calma. A voz da Inês ao fundo da sala. O aconchego de quatro paredes tão próximas, num espaço tão intimista. O riso atrevido do Nuno, quem me desafiou para fazer a aula, como que a dizer "Preferias estar a abanar a bunda, que eu bem sei..." E, estranhamente, posso afirmar que não preferia.

É isso mesmo, estranho. Mas se me tenho vindo a superar em tudo, no peso, na alimentação, nas rotinas, que esquisito ainda não me ter lembrado de abrandar a mente, ou seja, de superar o acto de me deixar tranquilizar.

Claro, não foi fácil. Na verdade, nem chegou bem a ser pois passei grande parte da aula a olhar para a Inês, a tentar perceber se estava a fazer tudo bem e ainda e sempre a minha eterna luta com os óculos que de cabeça para baixo e pernas para o ar deixaram a gravidade levar a melhor, os bandidos!

Mas soube-me estranhamente bem. Sei que tenho um problema de elasticidade (de falta dela) e de equilíbrio (de falta dele) e que os devia tentar resolver. Mas, acima de tudo, a música calma a envolver a mente, a tentar travar os pensamentos constantes, esse é mesmo o desafio.

Numa aula de Cycle, a luta é com o meu corpo, claro, mas também é com o corpo dos outros: o objectivo é pedalar mais rápido que eles, ser a líder do pelotão e a mente agarra-se a tudo para conseguir ganhar. Numa aula de Yoga nada disso pode existir. É tão o oposto que sinto mesmo que ainda vou demorar bastante tempo a conseguir libertar a mente do pelotão. Mas hei-de conseguir.

E, lá está, as pessoas! Tenho tido a sorte de ir encontrando as pessoas certas neste último ano e meio e têm-me chegado sempre na altura certa.
A Inês é o corpo elástico (que ainda nem existe palavra para a elasticidade daquela mulher, e se não acreditam vejam as fotografias do Facebook dela!) por trás do projecto YogaProjection. Podendo, acho que tinha feito um áudio da aula só para transportar a sua voz calma, mas segura comigo para todo o lado. 

É estranho, pois se o Yoga nos parece trazer à terra, acaba também por deixar a mente a flutuar... E a Inês dá uma entrega tão grande à sua aula, a sua voz dá tanta certeza que vamos conseguir fazer saudações ao Sol sem vacilar que acabamos por fazer... bom, mais ou menos. Mas a vontade está lá!

Temos já futuros encontros marcados e não têm desculpa para não irem experimentar uma aula com ela! Santa Amaro de Oeiras, Massamá, Queluz, Olivais, Póvoa de Santo Adrião...! Uf! Para quem transporta a tranquilidade e serenidade esta mulher não pára!

E claro que tenho que agradecer ao Nuno por me ter desafiado. E por ter estado tão à vontade no final da aula no momento do relaxamento que até ressonou. A sério. Ele já vai num nível superior de entrega ao Yoga. Já vai em nível mestre Jedi Yoda, enquanto eu ainda sou uma jovem Padawan... (fogo! Até com Yoga eu falo em "Star Wars"! Alguém que tenha mão em mim!)

Catarina

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Este texto é para o ArTeC

Doze anos de alguma coisa é muita fruta.

Doze anos a fazer parte de um grupo de teatro, mesmo que só nos bastidores, pode até ser considerado um pomar.

Foram já tantos os espectáculos que me passaram pelas emoções que tenho já alguma dificuldade em me lembrar da ordem certa.
Lembro-me do primeiro, claro. Uma peça muda (ainda por cima!), em que o trabalho físico era o mais importante, assim como a música que, naquela altura, era eu quem a lançava para o público.

Depois houve outras... tantas! Textos originais nossos, textos emprestados de grandes mestres como Shakespeare ou Mia Couto, enfim... foram muitas as palavras ditas, assim como as pessoas que entraram e saíram do grupo (o que para mim é sempre muito emotivo dado que me apego demasiado a toda a gente!).

Se ao início estava presente ao longo do processo todo, nos últimos anos, por ser este apenas um trabalho voluntário e por o trabalho que põe comida na mesa não o permitir, tenho estado mais afastada de todo o "making of" em cena, e mais "apenas" atrás do computador. 

Mas, nem por estar mais afastada, deixo de sentir um orgulho imenso de quem faz parte deste grupo de teatro. São jovens cheios de talento, com todos os sonhos do mundo. Apaixono-me por cada um deles sempre que os vejo em cena, porque o teatro é isto: apaixonarmo-nos por quem se entrega assim tanto.  

Podia dizer que adoro a cena da Xana com o Duarte e com o Campos. Fogo! Que trio...! 
Ou como a cena da Sónia com a Ofélia e com os Bosque me deixa sempre de coração a mil..
Ou como o Sérgio e o seu "Walt Whitman" me esboçam um sorriso instantâneo.
Ver como o Afonso se transforma com a sua guitarra, até parece que a expressão muda (sim, temos uma banda a tocar ao vivo e tudo!); ver a Pina Bausch descer à Bárbara todas as noites; a atenção do Bruno a todo o espectáculo e de como o "pinta" com o seu baixo; a fantástica (FANTÁSTICA!!) Eunice; o profissional de teatro em que o João se tem vindo a tornar; a doçura e a força da Madalena (tiro-lhe todas as noites das melhores fotografias que já tirei na vida! É maravilhosa, ela); o rapaz lindo que é o Miguel; o Ricardo, que assim que começa a tocar deixa de o ser, ao Ricardo, e passa a ser um só com a música... parece abraçá-la com os acordes... é mágico aquele rapaz. E depois o outro Ricardo, o Pessoa, provavelmente o papel da sua vida; a Rita e a sua energia contagiante; e o Pedro, que arrastei para este grupo há 12 anos, que começou por ajudar a arrumar as cadeiras e que agora ilumina todos os espectáculos com um profissionalismo maior do que ele próprio imagina...

E, claro, o Marco... e escrever sobre o Marco, ainda que só agora tenha começado, é sinal de lágrimas... 
Quando o Marco entrou na minha vida, de calções e de chinelos de enfiar no dedo, mal eu sabia que a nossa relação iria durar tanto tempo. Que iríamos partilhar tantas histórias, tantos risos e tantas lágrimas. 
Ouvi-lo falar dos nossos espectáculos é ter a certeza que vale a pena ficar até altas horas da madrugada (e a comer badochices! Ai a dieta!) a trabalhar, pois quem corre por gosto não cansa, e quem corre ao lado do Marco tem uma força incrível a puxar por nós. Ver um espectáculo deste grupo é vê-lo a ele. É o nosso mestre. O nosso Caeiro.

E ao ArTeC, este grupo que é meu há 12 anos. E há 12 anos que é assim: os arrepios, os nervos, o esquecer-me de respirar enquanto o espectáculo dura, o querer aplaudi-los entre cenas, o chegar ao fim e sentir que estive em suspenso enquanto os vi; as lágrimas no fim de cada carreira.

Se este é um blogue sobre bem-estar (que é!), estarmos bem connosco também é isto: ir ver uma peça de teatro cheia de malta talentosa. A que aqui vos sugiro hoje quero acreditar que tem um bocadinho de mim. Não quer dizer que é melhor ou pior que outras peças (só que até é!), mas se este é o meu blogue, então, senhoras e senhores, este é o meu grupo de teatro.


"Fernando... em Pessoa!" (foram precisos 12 anos para ter finalmente o Pessoa no ArTeC!), de 1 a 6 de Maio no Bar Novo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, às 22h.

As reservas podem ser feitas para artec.flul@gmail.com



Eu avisei que este texto era para o ArTeC e para os seus "Pessoas".


Catarina

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